domingo, 26 de novembro de 2017

GENTES DE MELGAÇO
(micro biografias)
 
Por Joaquim A. Rocha





Casa fidalga de Galvão - vila de Melgaço



CASTRO, Maria Pia. Filha de Gaspar Pereira de Castro, proprietário, natural de Fontoura, Valença, e de Ana Margarida de Sousa e Castro, da Casa de Galvão, Melgaço. Neta paterna de Gaspar Pereira de Castro e de Antónia Micaela de Castro; neta materna de Diogo Manuel de Sousa e Castro e de Maria Bebiana de Abreu Cunha Araújo. Nasceu em SMP (vila de Melgaço) a 12/10/1863 e foi batizada na igreja a 19 desse mês e ano. Padrinhos: Luís de Sousa Gama, governador militar da praça de Melgaço, e Margarida Carolina de Sousa e Castro, solteira. // Devia ter nobres sentimentos, bom coração, pois a 30/6/1887 tomou conta de uma menina muito pobre, Justina Rosa Gonçalves, a qual terminara o tempo do hospício (ver, no Dicionário Enciclopédico de Melgaço, a Casa da Roda). // Em 1913 alguém a acusou de dano, e o juiz da comarca despachou nesse sentido, mas o advogado dela apelou para a Relação do Porto que deu provimento ao agravo por ela interposto (Correio de Melgaço n.º 50, de 19/5/1913). // Casou em 1916 com Francisco Pereira de Sousa, natural de Labrujó, Ponte de Lima, contador do juízo de direito na comarca de Melgaço (Correio de Melgaço n.º 210, de 6/8/1916, e Correio de Melgaço n.º 211). // Enviuvou a 14/2/1919. // Fez doação, com reserva de usufruto enquanto estivesse viva, da Quinta e Casa de Eiró, que herdara de seu marido, ao hospital da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço, para ali se instalar um hospício, ou asilo, para pessoas inválidas e pobres; era a vontade do defunto marido e de seu cunhado, o médico Dr. António Pereira de Sousa (Jornal de Melgaço n.º 1257, de 10/8/1919). Devido a essa doação o professor Sá Vilarinho escreveu o seguinte poema, publicado no Jornal de Melgaço n.º 1269, de 2/11/1919: «Bendita senhora/que sois protetora/do triste ancião;/bendita sejais/que aos pobres dais/agasalho e pão./Mil vezes bendita/porque da desdita/do desventurado/sois vós a primeira/que na vila inteira/vos haveis lembrado./Ai! Como eu queria/ser também, Maria,/companheiro teu,/da tua cruzada,/santa, abençoada,/por crente e ateu./E poder gozar/o prazer sem par,/o prazer que têm/os bons e os santos,/que enxugam prantos,/que só fazem bem./Mas, de cada dia,/ganho o pão, Maria,/não posso senão/dar aos velhos pobres,/plebeus ou nobres,/só o coração./Ser rica e nobre/para dar ao pobre,/é bela a riqueza,/mas dar aos velhinhos/são os pergaminhos/da maior nobreza./Que o asilo teu/que te leva ao céu/seja já aberto,/para receber/os que de morrer/já se acham perto./Não deixeis de ouvir/este meu pedir,/feito de joelhos;/Dai em vossa vida,/dai-lhes a guarida/aos pobres velhos.» // Faleceu na Casa de Galvão a 25/11/1935. // Sem geração.

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